sábado, 9 de março de 2013

Um pouquinho de Machado de Assis...

Livros e Flores


Teus olhos são meus livros.
Que livro há aí melhor,
Em que melhor se leia
A página do amor?

Flores me são teus lábios.
Onde há mais bela flor, 
Em que melhor se beba
O bálsamo do amor?

Algumas frases ótimas dele:

"A loucura é uma ilha perdida no oceano da razão". (Para refletir esta!!)
"Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar". (é verdade)
"Lágrimas não são argumentos". (Pura verdade e bem irritante gente que chora para justificar algo...)
"Há pessoas elegantes e pessoas enfeitadas". (Nossa, isso já existia em 1800 e antigamente...rsrs)

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Mulher ao espelho - Cecília Meireles


Hoje que seja esta ou aquela,
pouco me importa.
Quero apenas parecer bela,
pois, seja qual for, estou morta.

Já fui loura, já fui morena,
já fui Margarida e Beatriz.
Já fui Maria e Madalena.
Só não pude ser como quis.

Que mal faz, esta cor fingida
do meu cabelo, e do meu rosto,
se tudo é tinta: o mundo, a vida,
o contentamento, o desgosto?

Por fora, serei como queira
a moda, que me vai matando.
Que me levem pele e caveira
ao nada, não me importa quando.

Mas quem viu, tão dilacerados,
olhos, braços e sonhos seus
e morreu pelos seus pecados,
falará com Deus.

Falará, coberta de luzes,
do alto penteado ao rubro artelho.
Porque uns expiram sobre cruzes,
outros, buscando-se no espelho.


Vamos ser felizes e realizar tudo o que queremos ainda nesta vida, e viver intensamente o que realmente somos e/ou queremos ser!!!


domingo, 17 de fevereiro de 2013

Refletindo...

"Proteger a emoção passa por aprendermos a nos doar para os outros sem esperar demais a contrapartida do retorno. Se não tivermos grandes expectativas, tudo nos surpreenderá. Não se esqueça de que as maiores decepções são geradas pelos mais próximos." Augusto Cury

Se conseguíssemos não esperar tanto das pessoas, certamente nossas vidas seriam melhores, sem tantas mágoas e/ou decepções. Mesmo porque não podemos imaginar o ideal do outro ser, o que o outro desejaria que fossemos, pois daí não seríamos nós mesmos, não é verdade!?

 #serhumanoeitabichinhocomplicado#

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Vinícius de Moraes - Sonetos

Quem não conhece os sonetos de Vinícius, não é verdade?!
Devo dizer que este é o meu favorito! 

Soneto de Fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.


terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Vinícius de Moraes - Sonetos

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

(Soneto de Separação) 
Marcus Vinícius de Melo Moraes, poeta modernista carioca. Seus sonetos foram considerados como parte mais importante de sua obra.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Cecília Meireles - O Motivo


Eu canto porque o instante existe
 e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste, sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
 não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
 no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
-não sei, não sei. Não sei se fico
 ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
-mais nada.

Musicalidade: uma das características marcantes na obra da poetisa.

(Viagem, 1939)

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Casimiro de Abreu - Poeta da terrinha

Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida, 
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras, 
Debaixo dos laranjais!


Lendo o poema dá até saudades mesmo! Quando somos crianças, a maioria de nossas preocupações, é do que e com quem vamos brincar! Já quando adultos...